terça-feira

Convivendo com ossos de vidro.

A Síndrome dos Ossos de Cristal, a Osteogênese Imperfeita (Osteogenesis Imperfecta), é uma doença genética rara, registra-se um caso a cada 21 mil pessoas. É caracterizada pela fragilidade óssea e deficiência do colágeno. Na Barra do Jacaré, bairro encantadense, em uma das ruas mais antigas do município, mora Vitória Capitani Saldanha, dona de um sorriso contagiante. Ela convive com essa doença genética. Nessa síndrome existe uma variabilidade do quadro clínico, podendo ser de casos leves até gravíssimos. O tipo da doença de Isabela é o III (entre I E V), o nível possibilita uma vida normal, na medida do possível. Fraturas frequentes, principalmente na infância levam a deformidades ósseas, determinando na maioria dos casos a baixa estatura. Vitória foi diagnosticada com Osteogênese Imperfeita logo quando nasceu, conforme relata a mãe, Lilian Capitani Ribeiro, ela ficou internada 15 dias em Porto Alegre, na UTI, com 3 dias o diagnóstico já havia sido finalizado. Vitória tinha várias fraturas quando nasceu e nos primeiros meses chorava muito por causa das dores. A menina de olhos claros e sorriso que ilumina a todos que chegam perto é muito esperta, completará quatro anos em 29 de maio. Vitória conta que gosta de pintar, assistir TV, brincar de boneca, massinha de modelar etc. O personagem de desenhos que ela mais gosta é a Minnie, inclusive tem vários brinquedos dela. Conforme Lilian comenta, em decorrência da doença, Vitória “não pode ter quedas, o osso é frágil, ela tem que ter cuidado com tudo, para evitar fraturas”. Mesmo com todo o cuidado, dedicado pela família, ela já sofreu mais de 40 fraturas, os principais locais foram as pernas e os braços, “até hoje nem uma foi muito grave”, afirma a mãe. Em 2012, Vitória teve apenas uma fratura, foi em janeiro. Após a cirurgia de correção do fêmur direito, realizada em fevereiro, a menina não teve mais nenhuma fratura. Vitória realiza tratamento trimestral em Porto Alegre, a cada 3 meses ela vai ao centro de referências, que trata de crianças com ossos de cristal, na capital e fica lá 4 dias realizando tratamentos com remédios que buscam fortalecer os ossos. Segundo a mãe, Vitória é o único caso com essa doença em Encantado. “A minha vida eu dedico a ela, larguei tudo pra ficar com ela, para nós ela é tudo, às vezes dá exemplos pra gente, está ali cheia de fraturas e está sorrindo, sempre está feliz”, afirma Lilian. Com o passar do tempo a frequência de fraturas está diminuindo, Vitória está ficando mais forte, assim como “ela já tem em mente que precisa de ajuda, quando ela está em um degrau, sempre pede para que alguém a ajude a descer”, comenta a mãe. Para melhorar as articulações da menina, a solução são os exercícios na água, a hidroterapia. Segundo Lilian o que mais ajuda é o tratamento, e em 2° lugar é a hidroterapia. Em virtude disso Vitória ganhou uma piscina, no quintal da casa, construída pelo seu avô, onde junto da sua mãe realiza atividades. Vitória ainda não frequenta a escola, quando completar 6 anos terá de ir, segundo a mãe, o Ministério da Saúde já assegurou para ela o direito de acesso a todos os tratamentos necessários, assim como uma monitora exclusiva, quando Vitória começar a ir para o colégio. A expectativa dos médicos é de que na adolescência as fraturas diminuam, entre outros fatores porque Vitória continuará a fortificar os ossos e músculos com os tratamentos.

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Mesmo tendo sofrido mais de 40 fraturas, Vitória mantém a alegria e a vitalidade de uma criança de quatro anos

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fonte:Jornal lanterna

quinta-feira

Educação de Cabo Frio investe em alunos com necessidades especiais




Na última terça-feira, dia 22 de maio, a Secretaria Municipal de Educação iniciou a entrega de notebooks aos alunos com deficiência a fim de proporcionar a inclusão digital dos mesmos. A primeira aluna contemplada foi Manuela Vieira da Silva Cordeiro, do 6º ano da Escola Municipal Professora Márcia Francesconi Pereira.

Após uma triagem realizada por profissionais do Departamento de Apoio ao Aluno, foram contemplados estudantes com deficiências múltiplas, encefalopatia crônica da infância ou osteogênese imperfeita ("ossos de vidro") e alunos com deficiência visual detectada pelo Instituto Benjamin Constant que necessitam de recurso pedagógico especial para o auxílio da aprendizagem. Ao todo, dez alunos das Escolas Municipais Professora Márcia Francesconi Pereira, Professora Elza Maria Santa Rosa Bernardo, Professora Talita Hernandes Perelló, Maria Dária Saldanha, Teixeira e Souza e Nilo Batista receberão os equipamentos até o mês de junho.

A tecnologia promove a participação ativa do aluno com deficiência nas tarefas escolares em diversas situações, na comunicação oral e escrita, principalmente quando esse aluno possui limitação nas áreas sensoriais.

- As tecnologias proporcionam à pessoa com deficiência independência, qualidade de vida, maior aprendizado e integração social. Os notebooks garantirão a esses alunos o pleno acesso ao conhecimento e facilitarão o processo de ensino-aprendizagem, pois necessitam especificamente desse recurso tecnológico para realizar suas atividades -afirmou a Secretária de Educação, Laura Barreto.


Fonte:JusBarsil

sexta-feira

Fraturas e "ossos de vidro" em crianças devem receber tratamento especial


Normalmente, as crianças não se poupam nas brincadeiras e atividades em que participam. Dessa forma, e até por elas serem frágeis, os riscos de fraturas e lesões aumentam.

Quando acontecem as fraturas, é necessário que especialistas da área acompanhem de perto. Miguel Akkari, chefe do departamento de ortopedia pediátrica da Santa Casa de São Paulo, explica: "Os ossos longos, tais como coxas, pernas, braços e antebraços, são os mais comuns de serem fraturados devido à localização no organismo.

Durante o tratamento buscamos alinhar totalmente os fragmentos para que depois de curada, a lesão não tenha a aparência torta. Quanto menor a criança, maior o potencial de remodelação, uma vez que elas estão em pleno desenvolvimento ósseo e corporal".

Porém, se a criança apresentar um quadro de seguidas lesões, a preocupação deve ser maior. A síndrome conhecida como "ossos de vidro" (osteogenesis imperfecta) é hereditária e causada por deficiência na produção de colágeno, a matriz óssea.

"A maioria dos pacientes são identificados tardiamente, pois a criança que quebra os ossos do corpo com frequência acaba sendo vista pelos pais como agitada e levada. Assim, eles podem não perceber que estão diante de um problema mais sério", diz Akkari.

A doença provoca fragilidade nos ossos e ocorre em um bebê entre cada 25 a 30 mil nascidos. Em suas piores manifestações, a criança sofre fraturas ainda no útero da mãe, por causa das contrações e pode não sobreviver ao parto.

Os portadores podem sofrer diversas fraturas ao longo da vida e mesmo o encurvamento dos ossos, principalmente de membros como braços e pernas.

Fonte: Folha de S. Paulo

segunda-feira

Crianças frágeis como cristal


Doença rara: Problema afeta 660 pessoas
Basta um movimento mais brusco para o osso se fracturar. Às vezes, só um mau jeito. Esta fragilidade óssea é provocada por uma doença genética rara denominada osteogênese imperfeita (OI). Hoje, assinala-se o seu dia internacional, com várias atividades em Belém, Lisboa, para despertar consciências e mostrar que as crianças e os adultos com ‘ossos de cristal’ podem levar uma vida normal.

Muitas das 660 pessoas que se estima terem a doença serão hoje convidadas a participar em várias atividades, como uma prova de marcha e exercícios de ginástica. Há ainda um espetáculo infantil e atuação de palhaços.

Maria do Céu Barreiros, mãe de Marta, de 12 anos e portadora da doença, é presidente da Associação Portuguesa de Osteogênese Imperfeita e conta ao CM que uma das dificuldades que os doentes enfrentam é a falta de um "estatuto" que lhes dê proteção social, como por exemplo o apoio domiciliário.

"Estes meninos têm, com alguma frequência, interrupções escolares devido aos períodos de internamento e de recuperação de fracturas. Têm ainda de faltar à escola para irem às consultas médicas de diversas especialidades", afirma Maria do Céu Barreiros.

A falta de estatuto diferenciado e de apoio social e domiciliário leva a que, segundo Maria do Céu, as crianças tenham insucesso escolar e falta de motivação.

O acesso ao mercado de trabalho não é fácil, devido às limitações físicas dos portadores de OI, que impedem os doentes de exercerem diversos tipos de atividades. As interrupções para idas a consultas médicas ou para a realização de tratamentos nem sempre são bem-vistas pelas entidades empregadoras.

Os doentes queixam-se ainda de serem penalizados com o pagamento das taxas moderadoras, com a falta de acesso a transporte e de comparticipação de medicamentos básicos e essenciais, como analgésicos, anti--inflamatórios e bifosfonatos.

Além destes problemas sociais, os portadores de osteogênese imperfeita, nas situações mais simples, têm mais dificuldade em conseguir um diagnóstico. É que, com frequência, as fracturas nas crianças são confundidas, nos Serviços de Urgência, com o resultado de maus tratos. Nos doentes mais velhos, as fracturas são por vezes consideradas um problema de osteoporose.

"PAIS SÃO INJUSTAMENTE ACUSADOS": Manuel Cassiano, Cirurgião ortopédico

Correio da Manhã – Qual a maior dificuldade no diagnóstico?

Manuel Cassiano – Há casos graves em que o diagnóstico se torna fácil pelas manifestações que as crianças apresentam à nascença. Nas situações mais leves, o diagnóstico é mais complicado, e os pais são injustamente acusados de maus tratos.

– Que conselhos dá aos pais?

– É preciso perceber que tipo de doença tem a criança para esclarecer os pais, pois existem várias formas de osteogênese. Esclarecemos sobre o tratamento, que visa diminuir o número de fracturas, atenuar as queixas e permitir uma melhoria na vida diária.

– Pode-se prevenir a doença?

– Não, porque é uma doença genética. Estão descritas mutações, pelo que pais saudáveis podem ter uma criança portadora da doença.

– E prevenir as fracturas?

– A aplicação de cavilhas nos ossos tornam-nos menos susceptíveis a fracturas.

– Que cuidados devem ter?

– Evitar exercícios de contacto.

ASSOCIAÇÃO APOIA AS FAMÍLIAS

O diagnóstico da filha Marta, 12 anos, levou Maria do Céu Barreiros a empenhar-se na criação e dinamização da Associação Portuguesa de Osteogênese Imperfeita, que conta com 85 associados. Segundo a responsável, esta doença rara levanta dúvidas aos pais de crianças doentes, que procuram a associação para um encaminhamento para os centros com experiência no diagnóstico e tratamento da doença. A associação, que não tem sede, encaminha os pedidos para os responsáveis da área científica, promove ações pedagógicas e faculta material educativo.

"FALTO AO SERVIÇO PARA IR AO MÉDICO"

Isabel Figueiredo, 48 anos, depende da cadeira de rodas eléctrica para se deslocar devido à osteogênese imperfeita, que lhe deformou a estrutura óssea. Ao longo da vida, precisou de duas cadeiras de rodas, mas não teve qualquer apoio, segundo conta ao CM: "Cada uma custou cerca de 7000 euros."

Atualmente, Isabel Figueiredo não se sente discriminada, mas nem sempre foi assim. Hoje em dia, vai ao café ocupar um pouco do tempo livre quando não está a trabalhar.

Nos dias úteis, das 09h00 às 18h00, trabalha numa empresa de contabilidade, que lhe ofereceu trabalho depois de completar o 12º ano de escolaridade. Já se passaram vários anos.

O "patrão é amigo e sempre compreendeu quando precisei de faltar ao serviço para ir ao médico", sublinha. A discriminação sentiu-a antes do 25 de Abril. "Só fui para a escola quando tinha 12 anos porque os professores diziam que não valia a pena eu estudar", salienta Isabel Figueiredo.

Enfrentou barreiras sociais, mas nunca baixou os braços nem desistiu de lutar pelos seus direitos. "Sempre lutei e digo a toda a gente para fazer o mesmo."Link

Um dos exemplos da sua luta foi ter conseguido o transporte, facultado pela autarquia de Odivelas, localidade onde reside. Uma carrinha do município vai buscar e levar Isabel a casa e ao emprego. Só teve de mandar fazer uma rampa de acesso à porta de casa.

PERFIL

Isabel Figueiredo nasceu em Lisboa e tem 48 anos. Trabalha como contabilista numa empresa que lhe deu emprego após terminar os estudos. Tem o 12.º ano e vive com os pais em Odivelas.


fonte: Correio da manhã

domingo

06 DE MAIO: DIA INTERNACIONAL DA OSTEOGÊNESE IMPERFEITA



"imagem mostra o cartaz feito pela Associação Portuguesa de Osteogênese Imperfeita"


O dia 06 de maio marca o Dia Internacional da Osteogênese Imperfeita. As origens da data não são totalmente certas, mas sabe-se que ela foi introduzida pela APOI (Associação Portuguesa de Osteogênese Imperfeita), em 2011. A data passou a ser celebrada em todo o mundo. Sob o lema “Celebre a Vida”, a APOI convoca a todos a se vestirem de amarelo e darem seguimento ao projeto de unir pacientes de OI, suas famílias e comunidade médica, melhorando o sistema de atendimento e tratamento dessa doença. Nos Estados Unidos, a Fundação Americana de Osteogênese Imperfeita (OIF, sigla em inglês) promove o Wishbone Day (Dia da Fúrcula, parte do esqueleto das aves formada pelas duas clavículas), divulgando o lema “Awareness Makes a Difference” (Conhecimento faz a diferença, em tradução livre).

No Brasil, a ABOI (Associação Brasileira de Osteogênese Imperfeita), a ANOI (Amigos Nacional de Osteogênese Imperfeita) e outras entidades preparam encontros e palestras para celebrar a data. Na manhã da última sexta-feira, 04, no auditório Paulo Kobayashi, da Assembléia Legislativa de São Paulo, foi realizada audiência em comemoração ao Dia Internacional. O evento foi promovido pela ABOI, Instituto Baresi, fórum de associações de pessoas com doenças raras e/ou com deficiências e o gabinete do Deputado Estadual Edinho Silva (PT). “Minha preocupação é com os pacientes de todas as doenças raras como a Osteogênese Imperfeita, doença genética que afeta a vida de mais de 500 mil pessoas no mundo”, disse o deputado.

O deputado viabilizou que a discussão acerca da OI ultrapasse os muros dos hospitais e dos congressos de ortopedia, como ressaltou Claudio Santili, médico ortopedista pediátrico da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (um dos 16 centros de referência de tratamento da doença). Segundo o especialista, o diagnóstico da Osteogênese Imperfeita é feito nos primeiros momentos de vida, sendo que nos casos do tipo 2 pode haver diagnóstico antes do parto, ao ser visualizada no ultrassom a aparência típica do tipo 2, o chamado perfil de passarinho ou a formação não tubular dos ossos. “A detecção é difícil, mas é essencial ao paciente, pois quanto mais cedo for iniciado o tratamento, melhor para o indivíduo”, afirmou.

“Esta campanha é para alertar da importância de cuidar das pessoas com Osteogêneses”, disse Alexandre Sadao Iutaka, da Faculdade de Medicina da USP. Ele concorda com Santili sobre a recomendação básica de que a melhor forma de trabalhar com o assunto é disseminar informações sobre suas peculiaridades e tratamentos. Além disso, segundo Iutaka, é necessário chamar a atenção das autoridades sobre a necessidade de apoio, incentivo à pesquisa e à formação de profissionais. “A pessoa com esta doença precisa de uma gama de profissionais que vai desde especialidades médicas, como ortopedistas e otorrinolaringologistas, a dentistas, psicólogos, terapeutas comuns e ocupacionais”, alertou o médico, indicando que além da fragilidade estrutural dos ossos, os pacientes podem ter problemas de dentição, surdez, pele e visão.

Devido à sua instabilidade óssea, os pacientes dependem dos pais e cuidadores para se locomover, correndo o risco do afastamento do convívio social. Esse comportamento é exatamente contrário à recomendação médica: os pacientes precisam de prática esportiva orientada, levando sempre em conta as limitações individuais. Os pacientes devem ter acesso aos estudos e informações, e a maior assistência especializada para que seja completada sua inclusão social. Como os doentes se dedicam a atividades intelectuais, seu preparo é superior à média da população e, como conseqüência disso, podem ser extremamente úteis à sociedade.

Durante a sessão, foi homenageada Rita Amaral, paciente que deu início a movimentos pela disseminação de informações sobre a doença e seu tratamento. Ela foi fundadora da ABOI, a primeira associação de doenças raras a inaugurar Centros de Referência no país, e estes funcionam a cerca de dez anos. “O modelo da ABOI permitiu uma grande soma de conhecimento científico acerca da doença, mas falta incentivo do poder público para que este conhecimento se materialize em políticas públicas”, concluiu Christiane Amaral, tesoureira da ABOI. Saiba mais sobre a Osteogênese Imperfeita.

Mais informações:
ABOI (Associação Brasileira de Osteogênese Imperfeita)
ANOI (Amigos Nacional de Osteogênese Imperfeita)
APOI (Associação Portuguesa de Osteogênese Imperfeita)
OIF (Fundação Americana de Osteogênese Imperfeita)


fonte:Sem barreiras

sexta-feira

Ana Carolina, Uma vencedora.

Dia 25 de julho de 2011... dia de mais uma conquista dentre tantas que obtive em minha vida... Fui aprovada no exame de direção logo na primeira tentativa! Pode parecer corriqueiro e normal, não fosse minha deficiência (osteogênese imperfeita) e a frequente sensação de que não seria capaz!

Na imagem, Aninha faceira no carro

Como boa aquariana, nasci com uma vontade imensa de liberdade e independência... causa de muitos de meus conflitos diante da limitação física que possuo. Sempre pensava em como seria bom dirigir, pegar meu carro e sair por aí, sem precisar sempre pedir que me levassem aos lugares, sem explicar aonde iria, o porquê e pra quê... Mas isso sempre foi um pensamento que passava por mim no futuro do pretérito, parecia que enxergava nos olhos das pessoas a certeza que eu não era capaz, e eu acabava não me apegando à ideia.

Isso começou a mudar no dia em que encontrei o ilustre dono e proprietário deste blog (Eu, eu, eu, eu! Convencido), que chegou ao casório em que nos encontramos todo pimpão dirigindo seu carro, e a partir daí surgiu a conversa de que eu deveria dirigir, que eu poderia perfeitamente... esse fato já acendeu uma luzinha dentro de mim... o que se intensificou com uma fase meio rebelde de minha vida em que achei que tudo deveria mudar.

Na imagem, documento de aprovação na prova

No dia 09 de março deste ano, estava em Belo Horizonte para passar pela junta médica que avaliaria o meu potencial para conduzir um carro e emitir um laudo com as especificações das adaptações.

Naquele dia, imaginei que realmente aquilo não era pra mim e que acabaria ali o sonho de dirigir... por desconhecerem minha doença, a experiência naquele lugar foi péssima e apenas consegui sair de lá com um laudo na mão depois de muito choro e da sensibilidade do Delegado, que ousou pedir ao médico e aos peritos em adaptações que me dessem o laudo sob sua responsabilidade...

Enfim, o principal ponto de partida havia sido dado, e partir daí comecei com as aulas teóricas na autoescola e a correr atrás da papelada para conseguir as isenções para a compra do carro, pois precisava dele para fazer as aulas práticas (em alguns casos em que a adaptação não é universal, o Detran faz essa exigência, povo).

Acabei com o mito de que é tudo muito difícil e burocrático... NÃO é... o procedimento é bem mais simples e rápido do que todo mundo imagina, tanto que o primeiro papel foi entregue na Receita Federal em 15 de março e em 18 de abril já estava com a isenção do IPI e IOF na minha mão. E na Receita Estadual então, meu susto foi maior, a isenção do ICMS foi concedida no mesmo dia!

Próximo passo foi escolher o carro... carro automático ainda é muito caro aqui no Brasil, então a escolha não foi muito difícil, foi só escolher um dos mais baratos...Carente...mas sem deixar meu lado perua de lado, claro, quis logo um vermelho Ferrari!!

Na imagem, o carro vermelho de Aninha

A adaptação também é muito simples e é feita em praticamente meio dia de serviço... dá pra aproveitar as horinhas de transformação do carro para dar uma voltinha no shopping da cidade grande. Rindo a toa

As aulas práticas começaram e, por incrível que pareça, nunca tive medo da direção, mas tinha medo de não atender às expectativas técnicas do examinador. Porém, estava determinada, agora era uma questão de honra conseguir a habilitação. Todos os dias, depois do trabalho, pegava o carro e ficava rodando no meu bairro (aproveitava a falta de movimento Tonto), até adquirir segurança e confiança.

O resultado foi a aprovação, que no fundo até eu duvidava que aconteceria tão rápido, já que todo o processo durou 4 meses e 15 dias. Não sei se as pessoas fora do mundo da “matrix” podem imaginar o que é isso, mas para mim é um acontecimento, uma situação que nunca experimentei... em quase 30 anos de vida NUNCA havia antes experimentado a sensação de sair totalmente sozinha... (essa parte dá um apertinho no coraçãozinho, né? Apaixonado) não consigo com palavras descrever o que é isso... mas sei que é muito bom!

Imagem do interior do carro já adptado

Saber que posso, provar que sou tão capaz quanto qualquer outra pessoa “normal”, que terei um pouco de liberdade e independência, o direito de ir e vir consagrado na lei máxima do nosso país... na prática é que se dá o valor merecido!

Bom seria mesmo se as autoridades reconhecessem isso... o quanto é importante e necessário facilitar para que os “malacabados” consigam ter seus carros... mas acho que isso só vai acontecer quando cair no gosto do povo da matrix, quando deixar de ser exceção... o que só vai acontecer se a gente começar a se movimentar o mais rápido possível.

Link

fonte: Assim como você

Preconceito...

Preconceito

Sempre fui um tanto “prafrentex” e aprendi cedo com minha mãe a criar “casca grossa” para resistir a cara feia, gente mal educada, gente injusta, gente que tentasse me rebaixar pela minha condição física. Quantas vezes eu não engoli seco quando quiseram embutir em mim incapacidades, dificuldades inexistentes para seguir adiante, obstáculos que, para o outro e não para mim, eram intransponíveis.

Não ter nascido num berço abastado, infelizmente, pode embutir na cabeça da gente, sobretudo quando se é ‘malacabado’ ou seja, supostamente inferior ao outro também fisicamente (pelo menos na demência de alguns), a ideia de que ser vítima de preconceito é mais um fardo necessário de se carregar.

Meu povo, esse tempo já era. Se queremos um mundo mais acessível e justo pra esse pessoal que não anda, que não vê e que não ouve, é preciso empunhar o rigor da lei na cara de quem nos desrespeita, nos vê como seres de segunda categoria e acha que pode nos destratar e humilhar. A história da advogada mineira de Poços de Caldas (minha mãe acha que lá tem um monte de caldeirões com caldas de doces Rindo a toa) Ana Carolina Gonçalves Costa, 27, que cadeirante, intriga a gente pela crueldade, mas nos aponta um rumo futuro, uma maneira de fazer a diferença para nós mesmos.

“Durante toda a minha vida, nunca tinha passado por nenhuma situação de preconceito direto... algumas situações, às vezes, se tornavam constrangedoras para mim, mas era visível que tratava-se de puro desconhecimento por parte do estranho e não chegava a interpretar como má-fé”.

Ana e a mãe, Doroty

Contudo, há cerca de um mês, a Aninha sentiu aquele gosto amargo de ser destratada, ser ofendida e ser vítima de preconceito direito.

“No início do ano de 2008, estava comprando móveis para o meu escritório, e me dirigi a uma loja para ver algumas cadeiras que estavam na vitrine e que me interessaram. Para entrar no local, é preciso subir alguns degraus, por isso minha mãe entrou, perguntou o preço, forma de pagamento e ficou como intermediária. O dono da loja chegou inclusive a levar a cadeira até a rua para que eu visse e, inclusive, fiz os cheques para pagar ali mesmo”.

Pô, comigo isso já aconteceu várias vezes também. Quando eu não caibo na goma, peço pro vendedor me atender na calçada, na rua, tem miséria, não... na real, tem a miséria do dono da loja que não faz um acesso, né, não?! Nervoso

“Após alguns dias da compra fiquei sabendo que a loja tinha um acesso lateral com rampa, e me perguntei o porquê do proprietário da loja não ter me convidado a entrar. Passou... Agora,depois de um ano, voltei ao local para ver alguns móveis para minha casa... Ao chegar vi que a porta lateral estava fechada e com um espelho enorme encobrindo a passagem. Solicitei a um funcionário que estava por ali que abrisse o acesso. Ele argumentou que o espelho era grande e que não havia como tirá-lo. Não concordei, sob o argumento de que era tão difícil ter uma rampa decente e onde ela existisse eu não podia admitir que fosse barrada. Então, o rapaz disse que iria procurar alguém para ajudá-lo a tirar o espelho e abrir a porta... assim, subi a rampa e fiquei esperando ao lado da porta.”

Criançada, tenderam tudo até aqui? Rampa de enfeite, acesso bloqueado, o sol na cabeça, a moça ali criando “reiva” da “situation”....

“Percebi que não havia movimentação alguma atrás da porta, mas mesmo assim resolvi esperar para ver no que ia dar. Alguns minutinhos depois o mesmo dono da loja, que já havia me atendido um ano antes, veio ao meu encontro e inteligentemente perguntou se eu queria entrar. Obviamente respondi que sim e obtive a resposta de que ele não possuía chave daquela loja. Ao ver minha indignação com tamanha falta de senso, cidadania, respeito e vivência no século 21, ele tentou me consolar...”

Agora, percebam a sordidez do cara. A má vontade, o “fatalit” que ele deu na Aninha, que a deixou em prantos...

“Ele disse que, mesmo que tivesse a chave, eu não poderia entra na loja dele, pois não havia espaço físico para me receber. Na minha profissão, tenho que ter sangue frio para resolver as mais diferentes situações, mas quando a injustiça bate a nossa porte.... Meu sangue ferveu, comecei a chorar e liguei para a polícia, para que aquela situação ficasse documentada.”

Esta atitude que a Ana tomou é fundamental. A polícia serve pra isso. Pra defender o cidadão e garantir que a lei seja cumprida. No caso, o direito de ir e vir foi violado, a meu ver, além de a atitude do cidadão ser claramente discriminatória. Oras, ele que tirasse tudo lá de dentro para que ela se movimentasse dentro da espelunca....

“Naquele momento não sabia ao certo se estava sendo vítima de um crime, mas sabia que alguma atitude eu tomaria. Tentei, com ajuda de uma amiga delegada, encaixar o ato em todo tipo penal que lembrávamos, mas não conseguimos nada.... A lei n.º 7.853, de 24 de outubro de 1989, que estabelece os direitos básicos das pessoas portadoras de deficiência, não havia nada que me protegesse”.

Pra completar o clima tenso, a Ana ainda teve de aguentar a provocação da filha do dona da loja, um projeto de “nádia”, com cerca de 18 anos, que dizia que não havia nada a fazer e quem se daria mal era a “malacabada”.

“O policial constatou que realmente a porta estava obstruída...O dono da loja, na cara dura, mentiu dizendo que me dera a opção de esperar para que um chaveiro viesse abrir a porta. No final das contas, ele não admitiu que estava errado”.

Bem, essa história poderia acabar com mais um sapo engolido por uma pessoa com deficiência que se lasca vivendo em um mundo paralelo, mas, a Ana pegou seu estilingue, seu cajado da insatisfação e vou pra guerra...

“Como brasileiro só aprende quando sente no bolso, formulei uma Ação de Indenização por danos morais, com fundamento no direito de ir e vir de qualquer pessoa, bem como na reparação prevista na Constituição Federal e no Código Civil sempre que alguém cometer um ato ilícito.”

Pessoal, a primeira audiência é no dia 8 de setembro e este diário vai estar atento ao resultado. Vejamos que olhar terá a Justiça diante desse escárnio, desse constrangimento, dessa marca que fica no coraçãozinho e mente da gente pro muuuito tempo. O reparo pedido é o máximo pedido em um Juizado Especial nos casos de o postulante ter advogado constituído: 40 salários míninos (dá pra comprar um kombi veia e doar pra associação dos malacabados local!).

“Qualquer um, mesmo não sendo advogado, pode entrar com uma ação dessas em sua cidade, desde que estipule como valor da causa uma quantia até 20 salários mínimos.”

Governador isenta de ICMS o Pamidronato dissódico.


Governador isenta de ICMS medicamentos para o tratamento de câncer

O governo do Estado de São Paulo isentou do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) medicamentos utilizados no tratamento de câncer. O Decreto nº 57.998 do governador Geraldo Alckmin publicado nesta quarta-feira, 25/4, no Diário Oficial do Estado abrange 69 produtos listados no Convênio ICMS 162/94 firmado no âmbito do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).

O convênio, além da isenção do ICMS, dispensa o contribuinte do estorno dos créditos do imposto dos produtos beneficiados pela medida.

Confira a relação de medicamentos beneficiados pelo Decreto:

ITEM MEDICAMENTO

1 Ácido Zolendrônico 4mg frasco-ampola

2 Aetinomicina

3 Afinitor 5 mg e 10 mg (Everolino)

4 Alimta (Pemetrexede dissódico)

5 Amifostina (nome químico: ETANETIOL, 2- [(3- AMINOPROPIL) AMINO] -, DIHIDROGÊNIO FOSFATO (ESTER)]

6 Aminoglutetimida

7 Anastrozol

8 Androcur (Acetato de Ciproterona)

9 Azatioprina

10 Bicalutamida

11 Sulfato de Bleomicina

12 Bonefós ( Clodronato de Sódico)

13 Bussulfano

14 Caelyx (cloridrato de doxorrubicina lipossomal peguilado)

15 Campath (Alentuzumabe)

16 Carboplatina

17 Carmustina

18 Ciclofosfamida

19 Cisplatinum

20 Citarabina

21 Clorambucil

22 Cloridrato de irinotecana

23 Cloridrato de Clormetina

24 Dacarbazina

25 Dacogen (Decitabina)

26 Cloridrato de Daunorubicina

27 Dietilestilbestrol

28 Docelibbs (docetaxel triidratado)

29 Docetere (docetaxel triidratado)

30 Cloridrato de Doxorubicina

31 Erbitux (Cetuximabe)

32 Etoposido

33 Fareston

34 Fludara (Fosfato de Fludarabina)

35 Fluorouracil

36 Genzar (cloridrato de gencitabina)

37 Hidroxiuréia

38 Hycamtin 4mg f/a

39 I-asparaginase

40 Cloridrato de Idarubicina

41 Ifosfamida

42 Imuno BCG

43 Kytril 1mg 1ml f/a, 3mg 3ml f/a e 1mg comprimido

44 Lenovor (leucovorina)

45 Letrozol 2,5mg comprimido

46 Lomustine

47 Mercaptopurina

48 Mesna

49 Metotrexate

50 Mitomicina

51 Mitotano

52 Mitoxantrona

53 Muphoran 208mg f/a (fotemustina)

54 Navelbine (Tartarato de Vinorelbina)

55 Nexavar (Tosilato de Sorafenibe)

56 Octreotida solução injetável 0,05mg, 0,5mg e 0,1mg ampolas 1ml

57 Oxalibbs (oxaliplatina)

58 Paclitaxel

59 Pamidronato dissódico

60 Spricel (Substância Ativa Dasatinibe)

61 Citrato de Tamoxifeno

62 Temodal (Temozolomida)

63 Teniposido

64 Tioguanina

65 Trisenox (Trióxido de Arsênio)

66 Tykerb 250 mg (Ditosilato de Lapatinibe)

67 Velcade (Bortezomibe)

68 Vimblastina

69 Vincristina

Fonte: Sefaz - SP

quinta-feira

Fraturas e "ossos de vidro" em crianças devem receber tratamento especial

Normalmente, as crianças não costumam se poupar nas brincadeiras e atividades das quais participam. E dessa forma, até por elas serem frágeis, os riscos de lesões aumentam.

Quando acontecem as fraturas, é necessário que especialistas da área acompanhem de perto.

Miguel Akkari, chefe do departamento de ortopedia pediátrica da Santa Casa de São Paulo, explica: "Os ossos longos, tais como coxas, pernas, braços e antebraços, são os mais comuns de serem fraturados devido à localização no organismo.

Durante o tratamento buscamos alinhar totalmente os fragmentos para que depois de curada, a lesão não tenha a aparência torta. Quanto menor a criança, maior o potencial de remodelação, uma vez que elas estão em pleno desenvolvimento ósseo e corporal".

Porém, se a criança apresentar um quadro de seguidas lesões, a preocupação deve ser maior. A síndrome conhecida como "ossos de vidro" (osteogenesis imperfecta) é hereditária e causada por deficiência na produção de colágeno, a matriz óssea.

"A maioria dos pacientes são identificados tardiamente, pois a criança que quebra os ossos do corpo com frequência acaba sendo vista pelos pais como agitada e levada. Assim, eles podem não perceber que estão diante de um problema mais sério", diz Akkari.

A doença provoca fragilidade nos ossos e ocorre em um bebê entre cada 25 a 30 mil nascidos. Em suas piores manifestações, a criança sofre fraturas ainda no útero da mãe, por causa das contrações e pode não sobreviver ao parto.

Os portadores podem sofrer diversas fraturas ao longo da vida e mesmo o encurvamento dos ossos, principalmente de membros como braços e pernas.

quarta-feira

OSTEONECROSE DOS MAXILARES ASSOCIADA AO USO DE BISFOSFONATOS.

Prof. Dr. Carlos Eduardo X. S. Ribeiro da Silva
Ac. Camila Marília de Moraes Ferraz
Ac. Jean Guaracy de Almeida Bastos

Este trabalho tem como objetivo alertar o cirurgião dentista quanto ao risco do desenvolvimento de osteonecrose avascular após procedimentos cirúrgicos em maxila e mandíbula de pacientes que estão sob tratamento com bisfosfonatos.

Os bisfosfonatos (BFS) são uma classe de medicamentos muito utilizados no tratamento da osteoporose23, doença de Paget20 do osso e também associados à quimioterapia para o tratamento de hipercalcemia secundária e alguns tumores malignos12,19. A eficácia clinica dos bisfosfonatos no tratamento de osteopenia e osteoporose é reconhecida e isto é refletido no número de 190 milhões de prescrições médicas realizadas em todo mundo4.
Atualmente, existe uma extensa discussão na literatura científica sobre possível relação entre o uso de bisfosfonatos e o surgimento de casos de osteonecrose avascular após intervenções cirúrgicas como exodontias ou cirurgias envolvendo tecido ósseo em maxila e mandíbula e até mesmo em pacientes sem história de submissão a tais procedimentos23,3,17. Baseado em informações do fabricante do alendronato, por exemplo, a incidência de osteonecrose associada ao uso de bisfosfonatos é de 1 em 143.000 pessoas / ano submetidas a tratamento odontológico.

 RELATO DE CASOS CLÍNICOS

 Caso 1

Paciente MAP, gênero feminino, 58 anos de idade, com história médica de adenocarcinoma de mama esquerda em 2001, diagnosticado com 5 cm de diâmetro. Foi realizada mastectomia esquerda radical, remoção da cadeia linfática axilar e radioterapia coadjuvante. Dois anos depois a paciente apresentou outro nódulo de aproximadamente 3 cm de diâmetro na mama direita, cujo diagnóstico, após punção aspirativa, foi outro adenocarcinoma (segundo primário). Foi realizada também mastectomia radical com remoção da cadeia linfática axilar e radioterapia.
Três anos após o primeiro tumor, a paciente referiu dores na coluna cujas imagens da ressonância magnética demonstraram a presença de lesões compatíveis com metástases ósseas. Realizada biópsia, confirmou-se a suspeita clínica e iniciou-se o tratamento com Zometa®.
Durante o tratamento todas as vezes que as lesões ósseas demonstraram estar controlada e o oncologista suspendeu o uso do Zometa®, as mesmas voltaram mais agressivas. Em dezembro de 2007, a paciente apresentou uma lesão óssea necrótica, na região de molar superior esquerdo, com solução de continuidade na cavidade oral e o seio maxilar, com a presença de sinusopatia. A lesão em questão era clinicamente compatível com osteonecrose por bisfosfonato. O exame tomográfico confirmou a necrose óssea e a comunicação oro-antral. A paciente foi submetida à ressecção do osso necrótico da maxila, irrigação com clorexidina aquosa e soro fisiológico além da fixação de tela absorvível de reconstrução para fechamento da fístula oro-antral, sob anestesia geral. Foi realizado retalho palatino, com a preservação da artéria palatina, a fim de se manter a irrigação. O pós-operatório foi sem intercorrências, havendo fechamento completo da mucosa em 15 dias.
Osteonecrose             Tomografia computadorizada: comunicação oro-antral em maxila esquerda.
Imagens cedidas pelo Prof. Dr. Carlos Eduardo X. S. R. da Silva
Osteonecrose                       Lesão óssea necrótica seis meses após extração dentária
Imagens cedidas pelo Prof. Dr. Carlos Eduardo X. S. R. da Silva

 Caso 2

Em maio de 2008, a paciente apresentou nova área de necrose na maxila, região de canino que também foi operada. Realizada a remoção do elemento dental com ressecção em bloco do osso alveolar, debridamento, brocagem, irrigação e preenchimento do defeito cirúrgico com enxerto alógeno Ostin. A paciente encontra-se atualmente (Agosto de 2009) sob acompanhamento sem a evidência de novas lesões.
Osteonecrose                 Ressecção do osso necrótico da maxila / Figura 2b - Retalho palatino
Imagens cedidas pelo Prof. Dr. Carlos Eduardo X. S. R. da Silva

 Caso 3

Paciente JMF, gênero feminino, 51 anos de idade. Historia médica de Adenocarcinoma de mama esquerda. Uso de Zometa® há 3 anos com diversos períodos de interrupção da medicação. Apresentou lesão com necrose óssea na região anterior de mandíbula, com envolvimento dos dentes incisivo lateral inferior esquerdo, central inferior esquerdo, 1º pré-molar inferior esquerdo. Realizadas exodontias e debridamento do osso necrótico, irrigação com clorexidina aquosa e soro fisiológico 0,9%, com fechamento primário através de retalho. Atualmente, encontra-se sob controle.
Osteonecrose                        Necrose óssea na região anterior de mandíbula | Figura 3b - Exodontias e debridamento do osso necrótico
Imagens cedidas pelo Prof. Dr. Carlos Eduardo X. S. R. da Silva
Osteonecrose  
 Debridamento com ampliação cirúrgica | Figura 3d - Sutura
Imagens cedidas pelo Prof. Dr. Carlos Eduardo X. S. R. da Silva
Osteonecrose  
 Pós operatório: Cicatrização após 20 dias
Imagem cedida pelo Prof. Dr. Carlos Eduardo X. S. R. da Silva

 Caso 4

Paciente MD, gênero feminino, 62 anos de idade, história médica de câncer de mama. Faz uso do Zometa® há 2 anos. Pequena lesão de mandíbula tratada através de ostectomia sob anestesia local, irrigação com soro fisiológico 0,9% e fechamento primário. Atualmente, encontra-se sob acompanhamento.
Osteonecrose                              Exame Radiografico : lesão de mandíbula | Figura 4b – Exame Radiográfico - vista aproximada
Imagens cedidas pelo Prof. Dr. Carlos Eduardo X. S. R. da Silva
Osteonecrose                             Lesão de mandíbula | Figura 4d – Debridamento Cirúrgico
Imagens cedidas pelo Prof. Dr. Carlos Eduardo X. S. R. da Silva

Caso 5

Paciente MS, gênero feminino, 68 anos de idade. Câncer de mama. Mastectomia radical de mama esquerda em 2005. Uso de Zometa® desde esta época até janeiro de 2008. Lesão necrótica na mandíbula direita com exposição de tecido ósseo e dor espontânea. Queixa de gosto desagradável.
Tratada através de curetagem, irrigação e retalho muco-periostal. Ocorreu fechamento da lesão em aproximadamente 20 dias. A paciente foi a óbito em abril de 2008 por metástases generalizadas.
Osteonecrose  
 Tomografia computadorizada: lesão necrótica na mandíbula direita
Imagens cedidas pelo Prof. Dr. Carlos Eduardo X. S. R. da Silva
Osteonecrose  
Lesão necrótica | Figura 5d – Pós-operatório
Imagens cedidas pelo Prof. Dr. Carlos Eduardo X. S. R. da Silva

 REVISÃO DA LITERATURA

Complicações orais resultantes de tratamentos medicamentosos vem sendo um assunto de grande desafio para clínicos e pesquisadores nas ultimas décadas. Devido aos avanços na medicina e o crescente número de fármacos utilizados, o potencial de possíveis efeitos adversos com complicações orais tem se multiplicado5.
As alterações bucais podem variar de alterações na mucosa como candidiase, eritema multiforme, pênfigo associado a uso de medicamento, reações liquenoides, hiperplasia gengival causada pelo uso das hidantoínas a neuropatias induzidas por drogas e distúrbios gustativos. O cirurgião dentista tem um grande número de complicações orais a serem diagnosticadas e tratadas15, assim, é fundamental que as informações a respeito de possíveis efeitos adversos das drogas sejam divulgadas para o conhecimento dos profissionais.
A partir de 2003, vários relatos de casos começaram a ser publicados na literatura a respeito de uma séria complicação possivelmente induzida por medicamento: osteonecrose de maxila e mandíbula relacionada ao uso de bisfosfonatos (OAB) como pamidronato e zoledronato15.
Os bisfosfonatos têm indicações de uso em tratamentos de pacientes com osteoporose, osteopenia, hipercalcemia maligna, doença de Paget do osso, pacientes oncológicos apresentando metástase óssea20, tratamento do câncer de mama e próstata com metástase óssea, mieloma múltiplo, crianças com osteogênese imperfeita e osteoporose juvenil ideopática ou induzida por esteróides15. Recentemente, tem-se sugerido também seu uso na redução da perda óssea associada à doença periodontal25.
Os bisfosfonatos são estruturalmente análogos ao pirosfosfato, um produto normal do metabolismo humano que, quando sofre algumas modificações estruturais, dá origem a diferentes gerações de bisfosfonatos com distintos níveis de atividade25.
A primeira geração inclui o etidronato, a segunda compreende os aminobisfosfonatos, como o alendronato e o pamidronato, e a terceira geração possui uma cadeia cíclica, sendo seus representantes o risedronato e o zoledronato25. As propriedades anti reabsortivas dos bisfosfonatos aumentam, aproximadamente, dez vezes entre as gerações da droga25.
Cerca de 50% da dose administrada acumula-se em locais de mineralização óssea, permanecendo nestes sítios por meses ou anos, até ocorrer a reabsorção. O fármaco, quando administrado por via oral, sofre pouca absorção, sendo esta ainda afetada pela alimentação, particularmente pelo leite. Uma vez livre no plasma, é excretado, em sua forma inalterada, pelo rim22.
Os bisfosfonatos estão altamente concentrados nos maxilares, pois possuem uma maior vascularização e maior atividade celular que outros ossos, devido a sua atividade diária e presença de dentes, necessitando de remodelações constantes ao redor do ligamento periodontal16.
O etidronato, residronato e tiludronado são comumente indicados nos tratamentos dessas patologias e parecem não causar osteonecrose. Essas drogas são bisfosfonatos não-nitrogenados e são rapidamente metabolizados14. O pamidronato e zoledronato que são bisfosfonatos nitrogenados são mais potentes e não são metabolizados tão rápido13,14.
A tabela 1, traz um quadro com os nomes comerciais e as características dos bisfosfonatos (BFS) disponíveis no mercado brasileiro.
Os sinais e sintomas da osteonecrose associada ao uso de bisfosfonatos são: ulcerações irregulares da mucosa com exposição óssea na mandíbula ou maxila, dor ou inchaço na região afetada, infecção com presença de exudação purulenta e sensações alteradas (embaçamento de visão ou sensação de mal-estar).
Os bisfosfonatos podem apresentar reações adversas, a maior parte focada no sistema digestivo, tais como náuseas, vômitos, diarréia, esofagite com possível evolução para o aparecimento de úlceras esofágicas, alem de dores ósseas, musculares, articulares e reações alérgicas8.
A maior série dos casos encontrada na literatura que relata 63 casos de osteonecrose dos maxilares associada ao uso de bisfosfonatos. O diagnóstico mais freqüente foi de mieloma múltiplo (28 pacientes), seguido de câncer da mama (21 pacientes), câncer da próstata (03 pacientes) e outras doenças malignas (05 pacientes). Sete pacientes também faziam uso de bisfosfonatos para tratamento de osteoporose, sem terem tido diagnóstico de doenças malignas ou terem passado por quimioterapia. A maxila foi envolvida em 38% dos pacientes, sendo 19 casos com envolvimento unilateral e cinco com bilateral.
Tabela 1
Nit= Bisfosfonato Nitrogenado IV= Intravenosa * Potencia relativa ao Etidronat
Fonte: R. Periodontia – 17 (3):24-30
Já a mandíbula foi envolvida em 63% dos pacientes, com 37 casos unilaterais e três bilaterais. Um paciente teve todos os quadrantes acometidos por lesões ósseas necróticas. O quadro clínico mais freqüente foi de dor do tecido ósseo exposto em local onde houve uma extração dentária prévia. Entretanto, 14% dos pacientes não tinham histórias de qualquer procedimento dento-alveolar recente. Ao exame radiográfico, os autores observaram osso com aspecto mosqueado, formações de seqüestros, sinusite crônica e fístulas buco-sinusais. Em seis pacientes, foram verificadas imagens de áreas osteolíticas antes da extração, sugerindo envolvimento prévio do osso alveolar. Ao exame microscópico, foi observado osso necrótico com restos bacterianos e tecido de granulação. Os autores realizaram cultura de material em que foram identificados microorganismos integrantes da microbiota oral normal. O tratamento variou de debridamento sob anestesia local até procedimentos cirúrgicos para a remoção de toda a peça óssea envolvida.A interrupção do uso do bisfosfonato não teve um grande impacto na progressão do processo. Em cinco pacientes, a necrose óssea não apenas persistiu, como também se desenvolveu em outros sítios.
A tabela 2, mostra alguns casos relatados na literatura como respectivos diagnósticos que levaram os pacientes a receber bisfosfonatos, as localizações dos casos de OAB, os tipos de bisfosfonatos utilizados e as formas de tratamento, quando conhecidas.
As causas da OAB ainda são obscuras, mas parecem advir de uma complexa interação entre o metabolismo ósseo, trauma local, infecção, hipovascularização e o uso dos bisfosfonatos. Os pacientes que fazem uso dos bisfosfonatos administrados por via parenteral parecem ser mais susceptíveis à OAB do que os tratados por via oral. Fatores sistêmicos como diabete mellitus, imunosupressão, uso de outras medicações concomitantes, como agentes quimioterápicos e corticoesteróides também parecem ter relação com a manifestação da OAB19.
Os fatores de risco para desenvolvimento da OAB podem ser modulados pela natureza da droga, fatores locais e sistêmicos. A potencia do bisfosfonato e a duração do tratamento são diretamente proporcionais ao aparecimento da OAB. Pacientes que fazem uso de BFS e são submetidos a cirurgia dento-alveolar apresentam risco sete vezes maior de adquirir OAB. A mandíbula costuma ser mais afetada do que a maxila. Infecções periodontais, periapicais e pericoronais predispõem à OAB. Pacientes fumantes, etilistas e com higiene oral deficiente também têm risco aumentado de desenvolver OAB2.
Pacientes são considerados portadores de OAB quando apresentam três características fundamentais: terem sido submetidos a tratamento atual ou prévio com BFs; apresentarem osteonecrose na região maxilofacial por mais de oito semanas; não terem sido submetidos a radioterapia nos maxilares2.
Nas fases iniciais da OAB, não se detectam manifestações radiográficas e normalmente os pacientes não apresentam sintomas. Quando a exposição óssea torna-se mais extensa, o sinal clínico mais comum é a presença de rugosidades em tecido mole que rodeiam área do osso necrosado, podendo haver indicios de infecção secundária. Em estágios mais avançados, os indivíduos podem queixar-se de dor intensa, com áreas de parestesia19.
Os pacientes que fazem uso de bisfosfonatos orais a menos de três anos e não apresentam fatores de risco, não necessitam de qualquer alteração ou demora no planejamento de um procedimento cirúrgico oral. No entanto é sugerida a confecção de um termo de consentimento informado que esclareça o possível risco de manifestação da OAB2.
Tabela 2
Fonte : MIGLIORATI, et al, 2006
Os pacientes que fazem uso de BFS orais a mais de três anos ou associam seu uso com corticoesteróides, necessitam interromper a administração dos BFs pelo menos três meses antes do procedimento cirúrgico, só devendo retornar o uso após completa cicatrização dos tecidos ósseos envolvidos. A confecção de um termo de consentimento que esclareça os possíveis riscos também é prudente2.
Ainda não existem formas totalmente eficientes de controle da OAB , porém, a AAOMS sugeriu estratégias de tratamento para esta doença de prognóstico ainda duvidoso.
O uso de anti-sépticos bucais, como a clorexidina a 0,12% antibioticoterapia sistêmica, além de procedimentos cirúrgicos como curetagem e ressecção ósseas, têm sido realizados como estratégias de tratamento da OAB2.
As lesões de OAB também tem sido tratadas de outras formas, incluindo terapia de oxigenação hiperbárica. No entanto, a literatura tem apresentado resultados controversos pouco consistentes 17,6. O uso do ozônio também tem sido relatado na literatura com resultados animadores1.
Vale ressaltar, que por se tratar de um tratamento médico, é o médico quem deve tomar decisões quanto à conduta terapêutica relacionada ao uso do bisfosfonato, incluindo a descontinuação do uso deste medicamento. Entretanto, é importante que haja interação multidisciplinar entre as áreas médicas e odontológicas envolvidas20.
Além disso, há uma forte recomendação de especialistas para os pacientes: aqueles que forem se submeter a tratamentos com bisfosfonatos passem antes por uma avaliação odontológica, com o intuito de propiciar ao cirurgião dentista a oportunidade de diagnosticar e tratar qualquer doença na cavidade bucal, realizar procedimentos cirúrgicos necessários anteriormente ao início da terapia medicamentosa, e para que oriente o paciente para a realização de uma efetiva higienização bucal18

 DISCUSSÃO

Na maioria dos pacientes as lesões iniciais ocorreram após extração dentária e as áreas envolvidas sempre apresentaram infecção secundária. Após o diagnóstico de osteonecrose através de biópsia, alguns pacientes foram tratados com sob o mesmo protocolo: debridamento do tecido e remoção do seqüestro ósseo, obtendo margens sangrantes para torná-las mais acessíveis aos antibióticos, preservando o osso não necrótico, e irrigação local com iodopovidine ou clorhexidina 12% e soro fisiológico 0,9%12,16. O seqüestro ósseo deve ser eliminado com curetagem e auxilio de broca regularizando-se o osso, promovendo o fechamento com cobertura de tecidos sadios, quando possível. O tratamento e controle da dor e infecção devem ser feitos com analgésicos, antiinflamatórios e antibióticos e a higiene oral deve ser rigorosa, com uso de bochechos de clorhexidina 0,12%21,24,10.
Alguns autores acreditam que é necessário discutir com o oncologista do paciente, que apresenta osteonecrose, a possibilidade de se suspender o uso dos bisfosfonatos21,11. Outros não veem razão para tal descontinuidade17.
O debridamento e fechamento do osso exposto com retalho não foi efetivo, por desenvolver fístulas, causar deiscência e maior exposição óssea16. A terapia com oxigênio hiperbárico não trouxe nenhum benefício para o tratamento dos pacientes com osteonecrose por bisfosfonatos 21,17.
Os pacientes que fazem uso de bisfosfonatos não devem ser candidatos a instalação de implantes 24,16.
Em crianças a atividade celular óssea é muito mais intensa e o osso em crescimento é mais vascularizado, por isso não foi observada osteonecrose em crianças tratadas com bisfosfonatos para osteoporose e osteogênese imperfeita7.

 PREVENÇÃO

É de fundamental importância que o oncologista, o cirurgião bucomaxilofacial e o cirurgião dentista que irão tratar os pacientes que fazem uso dos bisfosfonatos, entendam a osteonecrose dos maxilares.
A prevenção, segundo todos os autores citados, é o principal fator para se evitar a osteonecrose. Antes de iniciar a terapia, com bisfosfonatos, o paciente deve ser submetido a um rigoroso exame clínico odontológico, onde no mínimo será solicitado exame radiográfico panorâmico. O tratamento deve consistir em eliminação de infecções, prevenir a necessidade de procedimentos invasivos a curto a médio prazo e, devem incluir extrações dentárias, controle da doença periodontal, terapia endodôntica, controle de cáries, restaurações e reabilitação com prótese. Dentes retidos, impactados, totalmente inclusos, cobertos por osso e tecido mucoso sadio, devem ser mantidos. Dentes interrompidos, com comunicação oral devem ser removidos, aguardando sua total cicatrização por um período de 1 mês. Pequenos torus recorbertos por mucosa devem ser mantidos e aqueles multilobulares, grandes e recobertos com mucosa muito fina devem ser removidos 1 mês antes do início da terapia com bisfosfonatos. Próteses parciais ou totais são aceitas, porém deve-se aliviar as áreas com pressão excessiva no rebordo ou realizar reembasamento com resinas soft 16,24,17.
Caso a terapia com bisfosfonato já tenha sido iniciada, um controle periódico, a cada 4 meses é recomendado: o dentista deve avaliar na cavidade oral áreas de exposição óssea, principalmente na região posterior e lingual da mandíbula, procurar evidências radiográficas de reabsorções ósseas ou osteomielite, aumento de espaços pericementários e envolvimentos de furcas, sendo necessário realizar profilaxia e remoção de tártaro, restaurações e tratamentos endodônticos. Dentes com mobilidade grau 1 e 2 devem ser esplintados e grau 3 associados a abcessos devem ser removidos com antibioticoterapia. O paciente deve receber boa orientação quanto à higiene oral e bochechos com clorhexidina 0,12%17.

  CONCLUSÃO

A Osteonecrose existe e cabe a classe médica uma criteriosa avaliação quanto a prescrição dos bisfosfonatos.
É preconizado que o melhor tratamento possível, até então, seja a prevenção da ocorrência e desenvolvimento da mesma.
Todo paciente que necessitar deste tipo de medicação deverá ser tratado de forma especial, necessitando de acompanhamento e motivação no controle da higiene oral.
É importante a interatividade entre o médico oncologista, o Cirurgião Dentista e o Bucomaxilofacial.
É fundamental que o Cirurgião Dentista tenha conhecimento da relação entre o uso de bisfosfonatos e a osteonecrose, tendo em vista a variedade de indicações que este fármaco possui e a alta probabilidade de se deparar com pacientes que estão sob tratamento com este medicamento.

REFERÊNCIAS

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terça-feira

O bloguista poeta dos ossos de cristal

MAFALDA RIBEIRO



A Mafalda é uma mulher que irradia energia, cujo sorriso é contagiante. E contagioso! Porque é impossível estar perto dela e não ter vontade de compartilhar daquele sorriso.

A Mafalda vai onde muitos não se atrevem e corta metas de maratonas quotidianas, mesmo sem pôr os pés no chão.

A Mafalda é jornalista, escritora, cronista. Mas a estas definições teríamos de juntar muitos e variados adjectivos para compor uma aproximação de um retrato possível desta mulher que marca a diferença na vida. Através do seu exemplo, que para ela é “apenas” o comum. E, sobretudo, através da sua Fé, que a faz acreditar que “é possível com pouco abanar as consciências mais adormecidas”, frase de uma das suas crónicas.

Obrigada Mafalda!

- Quem é a Mafalda Ribeiro?

Mafalda Ribeiro - Isso, têm de ser os outros a dizer, não eu! Mas posso tentar... A Mafalda é alguém que ama profundamente a vida e viver, apesar de todas as limitações físicas que desde cedo podiam condicionar a sua alegria. A Mafalda é, acima de tudo, uma pessoa grata pela oportunidade que lhe foi concedida de cá permanecer mesmo apesar de a ciência ditar a sua sentença de morte logo à nascença. A Mafalda é ainda uma mulher que gosta muito de o ser e que, apesar de muito bem resolvida consigo e com o seu corpo "diferente", aceita estar constantemente a aprender sobre si e sobre os que a rodeiam. Fora isto a Mafalda é uma quase trintona normalíssima que gosta de ler, estar com os amigos, é apaixonada pela escrita e não passa sem música.

- Nasceste com uma doença que te torna diferente aos olhos das outras pessoas. Podes falar um bocadinho sobre isso?

MR - Tenho Osteogénese Imperfeita que é chamada a doença dos ossos de vidro. Até à adolescência fiz inúmeras fracturas dada a minha fragilidade. Tenho o tamanho e o peso de uma criança de oito anos. Desloco-me de cadeira de rodas ou ao colo, e nunca andei. Para mim isto tudo faz tão parte de mim quanto o ter olhos verde musgo, o cabelo castanho claro, o sorriso rasgado e brilhante e as mãos compridas. Sou eu. E sempre me conheci assim, ao mesmo tempo que aprendi a conviver comigo de uma forma natural e despreconceituosa. Sou diferente aos olhos dos outros, pois sou. E não somos todos diferentes, afinal? Aliás, até um bocadinho anormais dentro da nossa suposta normalidade? Tive a sorte de ter tido um suporte familiar fantástico e uns amigos que são o meu pilar existencial também em todas as fases da minha vida, nestas quase três décadas. Por isso, não tenho qualquer problema em falar daquilo que está à vista de toda a gente, é certo, mas que eu sei que não me reduz, pelo contrário, adiciona situações de superação quase diárias.

- Como superas as limitações que te vão surgindo no dia-a-dia?

MR - Com tranquilidade e mais uma vez muita gratidão. Lembro-me de, mesmo nas alturas de dor, física e emocional, ter tido muitos sentimentos mas poucas vezes revolta. Costumo dizer que as minhas limitações não determinam os meus limites e, graças a Deu,s não tenho mesmo do que me queixar!

- Tens uma crónica semanal no Sapo.pt cujo título é um agradecimento a Deus. Mas que para algumas pessoas pode parecer uma espécie de provocação: "Thank God I'm a wheels woman" (tradução - “Sou uma mulher em cadeira de rodas, graças a Deus!”. Porquê este título?

MR - Porque apesar de muitas pessoas olharem para mim e pensarem que eu sou um castigo de Deus ou alguém que está no esquecimento d’Ele, eu nunca achei nada disso. Não sou nenhuma coitadinha, sou uma bênção. Por isso graças a Deus por tudo, pelo facto de ser mulher mesmo com rodas. Ao longo da minha vida fui-me apercebendo de qual é a minha missão aqui e estou a tentar cumpri-la o melhor que sei. Passar essa mensagem faz parte dela. Acredito de uma forma absoluta que ter vindo ao mundo neste corpo foi a forma que Deus encontrou para que, se calhar, muitos compreendessem a verdadeira imensidão do Amor e da Graça d'Ele para com todos nós. Sou por isso uma privilegiada!

- Há pouco tempo foste a Israel. O que significou esta viagem para ti?

MR - Várias viagens dentro de uma só. Foi um sonho realizado e ao mesmo tempo um cimentar de muitas coisas. Não fui à procura de nada, nem de um milagre. Costumo dizer que é porque o encontro já tinha acontecido e porque a minha vida é um milagre diário que eu quis ir a Israel ver, sentir e experimentar "andar" com as minhas rodas onde Jesus andou com os seus pés. É um encontro, sim, com a história da humanidade. Uma aprendizagem cultural, política e extremamente rica, socialmente.
Mas acima de tudo foi um dar imagens e paisagens às palavras que fazem parte do meu livro dos livros: a Bíblia. Por ir acompanhada com os meus "pais do coração", o Jaume Pradas e a Paula Teixeira, esta tornou-se uma experiência muito mais gratificante tanto emocional como espiritualmente. Foi também mais um passo de fé.

- E o que é o "mais" na tua vida?

MR - O meu relacionamento diário com Deus, sem dúvida!


fonte:Outro olhar
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